O ódio retratado

Ontem maratonei pela história recente do Brasil narrada em dois documentários. A democracia em vertigem de Petra Costa (Netflix) e El odio (Youtube) do uruguaio Andrés Sal-Iari. 
Fiquei pensando em como pacatos cidadãos de meia idade, educação formal e estabilidade financeira se transformaram em cães raivosos, fanatizados, destituídos de qualquer sombra de reflexão. Qual foi a alquimia responsável por condensar medo e ódio transformando-os em energia política de destruição. Tudo o que possamos dizer sobre a manipulação evidente da Lavajato e da mídia, sobre os oportunistas políticos etc. não passa nem perto de uma explicação para o aparecimento dessa matilha que depois se transformou num exército de cabos eleitorais de Bolsonaro. Não foram os únicos, mas certamente foram os mais atuantes.
Vendo tudo em retrospecto, é tão claro que não poderia dar em outra coisa que na eleição de um ser tão ignóbil como o presidente e sua camarilha de seres rastejantes. Não há outro projeto possivel que o da morte e da destruição. Que é o que eles encarmam.
Mas a questão permanece; como e por que chegamos a esse ponto. E, principalmente, como é possível encontrar outros caminhos se parecemos estar todos cegos

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