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Mostrando postagens de julho, 2019

O desastre

Estou tentando fazer uma lista dos retrocessos, absurdos e atrocidades praticadas por este governo. já que 6 entre 10 brasileiros não conseguem apontar uma medida positiva dele. São: - liberalidade na posse e porte de armas - incentivo ao desmatamento - ataques à demarcação de terras indígena - liberação de quase duas centenas de novos agrotóxicos - incentivo à irreponsabilidade e à impunidade no trânsito - cortes nos recursos da educação, na ciência e na tecnologia - venda de patrimônio publico a preço de banana, vide Embraer e BR Distribuidora - corte na distribuição de medicamentos - fim presumido da aposentadoria - patrimonialismo na gestão do Estado, como indicação de filho desqualificado como embaixador nos EUA - Ataques às instituiçõess mais importantes do pais, como a Fiocruz, o INPE, o IBGE, ao Itamaraty, à ANCINE, a SBPC - ataques às universidades - fechamento da participação da sociedade civil na gestão pública co

Qual Brasil está acima de tudo?

Acabo de ler Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus. Para quem não conhece, ela é uma escritora negra que, na época em que escreveu o livro, vivia numa favela à beira do Rio Tietê em São Paulo. Era meados dos anos de 1950, e era o Brasil de Adhemar de Barros e Jucelino Kubitschek. O livro é construído como um diário. Sua força narrativa vem da crueza das descrições e da repetição de uma rotina dura. Todos os dias sair do seu barraco e ir em busca de papel ou ferro, afim de vendê-los e alimentar seus 3 filhos. Ela caminha por horas e volta pra casa com poucos cruzeiros com os quais compra pão, açucar, café. Na favela, enfrenta a violência diária dos homens que batem em suas mulheres, a hostilidade destas com uma mulher negra que cria sozinha seus filhos e escreve todos os dias e ainda luta para proteger seus filhos da marginalidade que os ronda. É uma batalha diária pela sobrevivência mas o principal adversário é a fome. Todos os dias são incertos e a possibilidade de não consegui

Mentira e estupidez

O texto ( https://www.huffpostbrasil.com/entry/bolsonaro-mentiras_br_5d34f39de4b0419fd32ea882 ) aponta dois fenômenos distintos. Apesar de não marcar essa distinção, eu saliento. A mentira é método de governo e isso vai ao encontro de um fenômeno social mais amplo. É como se tivéssemos chegado a um modelo de sociedade que caminha a passos largos para o autoritarismo, a barbárie e a manipulação mais grosseira e elegemos um governo que nos empurra ainda mais nessa direção. Numa metáfora, um carro desgovernado rumando ao abismo e o governo um caminhão que dá aquel a força para o abismo chegar mais rápido. Ao contrário de alguns que pensam numa concertação do mal por trás das ações do governo Bolsonaro, um grande cérebro pensando e realizando técnicas de diversionismo para nos enganar e nos distrair, penso antes numa sintonia entre eles e estes novos tempos. Claro que há defesa de interesses e tudo o mais, mas os tempos são de idiotas e, sermos governados por idiotas, não no sentido de fal

A Reforma da Previdência e a esquerda

Quando o governo Temer destruiu parte considerável da CLT e com ela proteções mínimas para os trabalhadores, a esquerda brasileira, as centrais sindicais etc. pouco mais fizeram que choramingar nas redes sociais.  As manifestações de rua contra a Reforma da Previdência foram pífias e a oposição não conseguiu sequer articular um discurso contra a reforma que fizesse sentido para a população. Vamos combinar que se opor ao discurso messiânico e simplista de que só a Reforma da  Previdência iria salvar o Brasil não é tão complicado assim. A maior parte das pessoas não irá se aposentar mais. É simples assim. Terão de morrer trabalhando. Trabalhando onde? Onde tem trabalho para pessoas com mais de 60 anos no Brasil? Nem vou discutir que não havia um projeto alternativo. O Fernando Haddad, que teria a obrigação moral de liderar a oposição, ou pelo menos tentar fazê-lo, quase sequer mencionou a reforma da previdência em suas redes sociais. Achou melhor tretar no Twitter segundo a agenda do dia

Fim da previdência social

Os principais disparates da reforma (texto base aprovado hoje) só pra começar: 1- o tempo minimo de contribuição sobre de 15 anos para 20 anos. Hoje cerca de metade dos trabalhadores brasileiros consegue comprovar em média apenas cerca de 5 meses de contribuição por ano. Significa que esses trabalhadores vão precisar de 48 anos de trabalho para atingir o tempo mínimo e ainda assim obter apenas 60% do benefício. As mulheres serão as mais atingidas, apesar de sua dupla ou tripla jornada e do enorme e pesado trabalho doméstico não remunerado. 2 - As pensões por morte vão diminuir, podendo ser menores que um salário mínimo. 3 - fim do abono salarial; 4 - trabalhos insalubres deixarão de ter regra especial. 5- fim da maior parte das garantias para os trabalhadores ruriais. Em suma, na prática, a aposentaria acaba no Brasl.  Apenas funcionáros públicos e empregados super especializados vão desfutar dela. Num cenário de envelhecimento acelerado da população do país, é um quadro apocaliptico.