As palavras e as coisas
Neste país de pouco apreço pelo estudo, pela reflexão, pela compreensão, as palavras têm valor de verdade. Se repetidas à exaustão criam "verdades", cada vez mais difíceis de serem refutadas. Alguns por aí, bem mais espertos que nós, descobriram isso e estão criando uma realidade paralela e nos aprisionando nela. Vejam a inteligência dos nomes que escolhem para suas bandeiras: Movimento Brasil Livre, Escola sem Partido. Ou para seus inimigos: Ideologia de gênero, feminazi. Quem pode ser contra que o Brasil seja livre? Quem pode advogar a ideia de que as escolas devem ter "partido"? Que melhor estratégia de desqualificar a urgente questão da desigualdade entre homens e mulheres que chamá-la "ideologia". Ou associar o feminismo ao nazismo? Ao invés de enfrentarmos os monstros reais estamos nos tornando fadados a lutar contra moinhos de vento. Ao invés de falarmos de desigualdade de gênero temos de convencer antes que não se trata de uma "ideologia"